O que é e como fazer a Gestão de fluxo de pacientes
A gestão de fluxo de pacientes ou gerenciamento de leitos é uma forma de otimizar os serviços de saúde mediante adaptação da relação entre capacidade instalada e demanda, aumentando a segurança do paciente e assegurando que o mesmo receba o cuidado adequado durante todo tempo de internação.
Parece correto afirmar que o gerenciamento de leitos é uma premissa necessária para otimizar a capacidade instalada dos leitos hospitalares, no que condiz a organização e funcionamento alinhados aos fluxos de internação. A eficiência operacional deste sistema está diretamente relacionada à melhoria dos indicadores de produtividade e rentabilidade, visto que maximiza a utilização dos leitos e otimiza o processo de trabalho das equipes de saúde.
Quando o gerenciamento de leitos é de fato efetivado, minimiza as possíveis intercorrências relacionadas às cirurgias eletivas, como cancelamento de cirurgias, atraso da admissão de pacientes com urgência e na locação dos mesmos em leitos inapropriados, por exemplo.
É importante ressaltar que as internações clínicas da demanda eletiva ou a necessidade das transferências internas, precisam estar vinculadas no processo de gerenciamento de leitos. Neste sentido, em muitos hospitais onde esta realidade é vivenciada, há o núcleo de gestão de leitos e o profissional enfermeiro, habilitado para gerir e visualizar toda a dinâmica que envolve estes processos.
Gerenciamento de leitos
Para um uma melhor visualização e entendimento do processo de gestão de leitos, a incorporação de alguns conceitos no serviço de saúde são essenciais. Segundo o Ministério da Saúde, na Política Nacional de Atenção Hospitalar – Rede de Atenção à Saúde, temos as premissas:
O que é o Gerenciamento de leitos:
Dispositivo para otimização da utilização dos leitos, aumentando a rotatividade dentro de critérios técnicos, visando diminuir o tempo de internação desnecessário e abrir novas vagas para demandas represadas;
O que é o Núcleo Interno de Regulação (NIR):
Constitui a interface com as Centrais de Regulação para delinear o perfil de complexidade da assistência que sua instituição representa no âmbito do SUS e disponibilizar consultas ambulatoriais, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, além dos leitos de internação, segundo critérios pré-estabelecidos para o atendimento, além de buscar vagas de internação e apoio diagnóstico e terapêutico fora do hospital para os pacientes internados, quando necessário;
Definição de Gestão da clínica:
Práticas assistenciais e gerenciais desenvolvidas a partir da caracterização do perfil dos pacientes por meio da gestão de leitos, co-responsabilização das equipes e avaliação de indicadores assistenciais;
Sendo assim, de acordo com a Portaria nº 3390, o gerenciamento dos leitos deverá ser realizado na perspectiva da integração da prática clínica no processo de internação e de alta, preferencialmente por meio da implantação de um Núcleo Interno de Regulação (NIR) ou Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH) com o objetivo de aumentar a ocupação de leitos e otimizar a utilização da capacidade instalada, melhorando o atendimento ao usuário.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n 3.390 de dezembro de 2013.
FARIA, E; et al. Nova abordagem de gerenciamento de leitos associada à agenda cirúrgica. Revista de Administração em Saúde.
IHI. Institute for Healthcare Improvement. Cambrigde – USA.
SCARPIN, C.T. Otimização no serviço de saúde no estado do Paraná: fluxo de pacientes e novas configurações hierárquicas. Revista Gestão e Produção.
Enfermeira, Mestre em Educação e Docente de Enfermagem. Possui especialização em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Hospitalar e experiência nos temas: CCIH, Gestão da Qualidade, Epidemiologia, Educação Permanente em Saúde e Segurança do Paciente.