Lipoaspiração: como prevenir fibroses no pós-operatório
O que é lipoaspiração
A lipoaspiração é um procedimento cirúrgico para fins estéticos, que tem como objetivo melhora no contorno corporal, removendo o acúmulo de gordura localizada (lipodistrofia) em pacientes saudáveis. É a segunda cirurgia plástica mais realizada no Brasil, ficando atrás somente do implante de silicone nas mamas, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
A lipoaspiração vem sendo aperfeiçoada; porém, como qualquer outro procedimento cirúrgico, não é isenta de complicações. Mesmo a mais simples cirurgia, pode gerar danos locais e/ou sistêmicos. O cuidado especializado no P.O se faz necessário para evitar riscos a beleza e a saúde do paciente.
Devido ao trauma cirúrgico, sinais e sintomas comuns do processo de cicatrização são esperados entre eles a fibrose. E pacientes com predisposição genética podem vir a apresentar casos de fibrose pós intervenção cirúrgica.
Quais as complicações da lipoaspiração
Nas complicações sistêmicas da lipoaspiração, podemos citar:
- embolia
- reações alérgicas a medicações
- infecções
- tromboembolismo pulmonar
- trombose venosa profunda
- embolia gordurosa, entre outros.
Nesses casos, importante que o profissional tenha conhecimento, para identificar possíveis sinais destas complicações e assim intervir de forma positiva na recuperação do paciente.
Já nas complicações locais, destacam-se irregularidades na pele (visíveis e palpáveis), edema prolongado, equimoses, hiperpigmentação, alterações na sensibilidade da pele, seromas, hematomas, correção insuficiente da lipodistrofia, úlceras e necroses da pele, infecções locais, dermatites de contato, cicatrizes inestéticas e persistência do edema (FRANCO; BASSO; TINCANI; KHARMANDAYAN, 2012).
Fibrose pós lipo: o que fazer
Dentre as complicações locais mais comuns, percebe-se casos frequentes de fibrose em região lipoaspirada. A fibrose é a deposição em excesso de tecido fibroso, como parte do processo de reparo do tecido lesionado e gera irregularidades do relevo cutâneo, afetando inesteticamente o resultado da cirurgia. (MAUAD, 2011)
Para prevenir e tratar este tipo de disfunção é fundamental que terapias pós operatórias sejam realizadas de forma eficiente, pois apesar de a lipoaspiração ser uma prática comum, sabe-se que o sucesso da cirurgia plástica, não depende somente da qualificação do cirurgião, mas também depende da contribuição do profissional especializado durante o todo o processo de recuperação após a alta hospitalar.
Lipoaspiração e fibrose: como prevenir
Segundo Borges (2010) os tratamentos na assistência pós-operatória, tem papel importante na promoção do conforto ao paciente, prevenindo e tratando intercorrências e as possíveis complicações tardias à cirurgia.
A utilização de terapias manuais e eletroterápicas no P.O são de grande valia. Mais para que o resultado do tratamento em casos de fibrose seja satisfatório, alguns abordagens são fundamentais, como exemplo, o diagnóstico e intervenção imediata.
Identificando as alterações funcionais presentes, o profissional deve iniciar os tratamentos para controle e melhora do quadro. Tal complição podem ser evitadas e amenizadas na sua grande maioria.
5 passos para prevenção e tratamento de fibroses:
1- Realização de anamnese precisa;
2- Avaliação física de saúde detalhada;
3- Identificação de possíveis disfunções no tecido lipoaspirado;
4- Adequado planejamento da assistência;
5- Reavaliações do quadro clinico;
A assistência deve ocorrer sempre após avaliação e deve ser iniciada, de preferência na fase P.O imediata, seguindo a liberação médica. O acompanhamento se faz imprescindível durante todo processo de recuperação, com constantes reavaliações até a fase P.O tardia para garantir a terapêutica correta.
Dessa forma, através das respostas das avaliações e reavaliações, o profissional obterá informações concretas para diagnosticar, e planejar as terapêuticas adequadas de acordo com as necessidades fisiológicas de cada paciente.
A lipoaspiração é um procedimento altamente eficaz quando bem indicado e bem realizado, porém existem riscos inerentes ao ato cirúrgico que cada vez mais precisam ser tratados no pós cirúrgico.
O profissional deve possuir conhecimento científico para que através da avaliação minuciosa, possa identificar alterações e propor o tratamento adequado de acordo com cada caso acompanhado.
Referências:
Sociedade Brasileira de Cirurgia plástica: http://www2.cirurgiaplastica.org.br
Franco, Fernando Fabrício; Basso, Rafael de Campos Ferreira; Tincani, Alfio; Kharmandayan, José. Complicações em lipoaspiração clássica para fins estéticos. Artigo de revisão, 2011
Mauad R. Estética e cirurgia plástica: tratamento no pré e pós operatório. 3 ed. São Paulo: Ed. Senac; 2001.
Borges, Fábio dos Santos. Dermato-Funcional: Modalidade Terapêutica nas Disfunções Estéticas. 2º Edição São Paulo Editora Phorte, 2010
Enfermeira formada pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Especialista em Pós Operatório e Complicações Cirúrgicas de Cirurgia Plástica e em Saúde Estética & Cosmiatria. Pós Graduada em Saúde Estética Facial e Corporal – UNIVALI e Técnologa em Estética – Instituto Fisiomar. Membro da SBEE: Sociedade Brasileira de Enfermagem Estética.