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Prevenção da Infecção da corrente sanguínea

Infecção de corrente sanguínea

Infecção da corrente sanguínea

As infecções da corrente sanguínea estão entre as mais comuns relacionadas à assistência a saúde. Estima-se que mais da metade das bacteremias nosocomiais sejam associadas a algum dispositivo intravascular. Grande parte destas infecções da corrente sanguínea pode ser prevenida por meio de programas que enfoquem educação permanente, capacitação dos profissionais, adesão as recomendações e boas práticas durante a inserção e manuseio dos cateteres, vigilância epidemiológica das IRAS e avaliação dos seus resultados.

Nas publicações recentes da ANVISA, utiliza-se a abreviação ICSRC que corresponde as infecções da corrente sanguínea (ICS) relacionadas a cateteres centrais, um grande problema nos serviços de saúde.

Como ocorre a infecção da corrente sanguínea

1.Colonização Extraluminal

Nas duas primeiras semanas ocorre esta colonização onde as bactérias da pele alcançam a corrente sanguínea
após terem formado “biofilmes” na face externa do dispositivo.

2.Colonização da via intraluminal

Após o período acima descrito no entanto, e principalmente nos cateteres de longa permanência, passa a prevalecer a colonização da via intraluminal como fonte de ocorrência da infecção. Á medida que o tempo passa, o nº de manipulações do hub aumenta, favorecendo sua contaminação.

3.Infusão de soluções contaminadas

Outro mecanismo de desenvolvimento da ICSRC se dá pela infusão de soluções contaminadas, pela adoção de práticas
inadequadas de preparo e de falhas em se seguir recomendações preconizadas de injeção segura.

4. Disseminação hematogênica

Embora menos comum, a colonização da ponta do dispositivo por disseminação hematogênica, pode ocorrer em
pacientes com ICS de qualquer origem.

 

Medidas de prevenção de infecção da corrente sanguínea

Principais medidas para prevenção de ICS relacionada a cateter periférico

  • Higiene de mãos.
  • Selecionar cateter periférico com base na duração da terapia, viscosidade do fluido, nos componentes e nas condições de acesso venoso.
  • Preferência para cateteres de menor calibre e comprimento de cânula.
  • Em adultos, as veias de escolha periférica são as das superfícies dorsal e ventral dos antebraços.
  • Um novo cateter periférico deve ser utilizado a cada tentativa de punção no mesmo paciente.
  • Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: clorexidina > 0,5%, iodopovidona – PVP-I alcoólico 10% ou álcool 70%.
  • Limitar no máximo a 2 tentativas de punção periférica por profissional e,no máximo, 4 no total.
  • A cobertura para cateter periférico deve ser estéril, podendo ser semioclusiva (gaze e fita adesiva estéril) ou membrana transparente semipermeável.
  • A cobertura deve ser trocada se suspeita de contaminação e sempre quando úmida, solta, suja ou com a integridade comprometida. Manter técnica asséptica durante a troca.
  • Avaliar o sítio de inserção do cateter periférico e áreas adjacentes quanto à presença de rubor, edema e drenagem de secreções por inspeção visual e palpação sobre o curativo intacto e valorizar as queixas do paciente ao sinal de desconforto.

Principais medidas para prevenção de ICSRC

  • A avaliação de necessidade de permanência do cateter deve ser diária.
  • Utilize  checklist de inserção de cateter central para assegurar as práticas de prevenção.
  • Estabeleça kits de inserção de cateter que contenham todos os insumos necessários.
  • Utilizar barreira máxima estéril no momento da inserção dos cateteres centrais.
  • Todos os profissionais envolvidos na inserção devem utilizar gorro, máscara, avental estéril de manga longa, luvas estéreis. Utilizar também óculos de proteção.
  • Utilizar campo estéril ampliado, de forma a cobrir o corpo todo do paciente.
  • Realizar o preparo da pele com solução alcóolica de gliconato de clorexidina > 0,5%
  • Realizar banho com clorexidina a 2% em pacientes > 2 meses de idade internados em UTI em situações especiais, como em unidades com taxas elevadas de IPCS […]
  • Realizar a troca da cobertura com gaze e fita adesiva estéril a cada 48h e a troca com a cobertura estéril transparente a cada 7 dias. A cobertura deve ser trocada imediatamente, independente do prazo, se estiver suja, solta ou úmida.
  • Realizar desinfecção das conexões, conectores valvulados com solução antisséptica a base de álcool

Referências: ANVISA – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 2017.

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