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Vigilância em Saúde: Raiva

Raiva humana

Definição da Raiva Ministério da Saúde

Segundo o Guia de Vigilância em Saúde, a Raiva é um agravo transmitido ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura e lambedura. O agente etiológico é um vírus do tipo RNA, e apenas os mamíferos transmitem e são acometidos pelo vírus da raiva.

As principais fontes de infecção na área urbana se dá pelos caninos e felinos e na cadeia silvestre há os quirópteros (morcegos), raposas e cachorro do mato, gatos do mato, marsupiais (gambás e saruês) e primatas (saguis).

 

Ciclo Epidemiológico de transmissão da raiva

O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central, disseminando-se para vários órgãos e glândulas salivares. A cadeia epidemiológica da doença apresenta 4 ciclos de transmissão: urbano, rural, silvestre aéreo e silvestre terrestre.

O período de incubação é variável para cada animal, sendo que no homem a média é de 45 dias. Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após os sintomas.

 

Sinais e sintomas da raiva

Na progressão do agravo surgem hiperexcitabilidade, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões. Estes espasmos evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária, obstipação intestinal,  presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia.

Os acidentes causado pelos animais podem ser classificados como acidentes leves (ferimentos superficiais, pouco extensos) ou graves (ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta do pé; ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo, acidentes com morcegos, entre outros).

 

Vigilância Epidemiológica Raiva

São considerados casos suspeitos todo paciente com quadro clínico sugestivo de encefalite rábica, com antecedentes ou não de exposição à infecção pelo vírus rábico. Sendo assim, a notificação deve ser realizada nos casos:

  1. todo caso humano suspeito de raiva
  2. todo atendimento por acidente com animal potencialmente transmissor da raiva
  3. todos os eventos adversos à aplicação da vacina ou soro

 

O que é a Vacina Antirrábica

A vacina é indicada para a profilaxia da raiva humana e em algumas situações, a profilaxia é complementada com a administração de soro. Apresenta-se sob a forma liofilizada, acompanhada do diluente, em ampolas contendo dose única de 0,5mL ou 1,0mL, conforme o laboratório. A potência mínima das vacinas é de 2,5UI/dose.

 

Esquemas de Vacinação antirrábica

Vacinação Pré-exposição: indicada para profissionais como veterinários, biólogos, técnicos em agropecuária, entre outros.  Esquema de 3 doses: 0, 7 e 28 dias.

Vacinação Pós-exposição: esquema de 4 doses: 0, 3, 7,14 dias.

 

Como aplicar o Soro Antirrábico

Sua indicação depende da natureza da exposição e das condições do animal agressor. A apresentação se dá por ampolas com 5ml.A dose é de 40UI/kg de peso. A dose máxima é de 3.000UI. A dose pode ser dividida e administrada em diferentes músculos, simultaneamente.

A infiltração no local do ferimento proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação e neutraliza as toxinas produzidas pelo vírus rábico para as terminações nervosas.

 

Fonte: Guia de Vigilância – Ministério da Saúde

Cuidados pós exposição de mordedura

  • Realizar a lavagem do local com água e sabão e posteriormente um antisséptico;
  • Não é recomendada a sutura da lesão. Se realmente necessária, aproximar as bordas com pontos isolados após uma hora da aplicação do soro;
  • Cuidados na observação e condutas com o animal após o acidente;
  • Ratos e coelho por exemplo, são considerados como de baixo risco para transmissão da raiva;

Referências: Guia de Vigilância Epidemiológica 2017.

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