Assistência

Escala de Morse – Enfermagem

O que é a escala de Morse

A escala de quedas de Morse, criada por Janice Morse em 1985,  é uma escala amplamente utilizada na Enfermagem para avaliar o paciente no que confere o risco de queda. Para a autora, as quedas podem ser:

  1. Quedas acidentais
  2. Quedas fisiológicas não antecipáveis:  queda em pacientes sem fatores de risco,  ocorrido por fatores fisiológicos como perda de força, convulsões, etc
  3. Quedas fisiológicas antecipáveis: queda em pacientes com alterações fisiológicas e que apresentam o risco.

A avaliação possui seis itens principais, com opções de respostas e pontuação relacionada. Quanto maior o escore, maior o risco de queda.

  • Antecedentes de queda
  • Diagnóstico secundário
  • Deambulação
  • Dispositivo intravenoso
  • Marcha
  • Estado Mental

Escala de Morse e o panorama das queda de pacientes nas instituições

O uso da escala de Morse é  uma importante ferramentas que a Enfermagem pode implementar no seu dia a dia, auxiliando assim na segurança do paciente.

Vários estudos mostram que a queda de pacientes em instituições de saúde podem trazem danos graves, como fraturas, hematomas subdurais e sangramentos, que podem levar ao óbito. Pacientes idosos e neurológicos requerem uma atenção redobrada.

É importante ressaltar que não devemos utilizar a escala de morse isoladamente, ou seja, deve-se instituir um protocolo específico para trabalhar com a prevenção de quedas nas instituições de saúde, sendo a escala de Morse apenas um dos instrumentos.

Fatores de risco para quedas

Os fatores de risco para quedas que devem ser observados incluem:

  • Crianças abaixo de 5 anos e idosos
  • História anterior de queda
  • Falta de equilíbrio corporal e marcha alterada
  • Obesidade severa
  • Deformidade em membros
  • Depressão
  • Comprometimento sensorial relacionada à visão, audição ou tato
  • Uso de certos medicamentos como antidepressivos, relaxante musculares e benzodiazepínicos
  • Presença de doenças como acidente vascular encefálico prévio, anemia, convulsão, tontura, hipotensão postural, osteoporose, artrite, entre outros

Prevenção de quedas

Na instituição de saúde podemos adotar medidas para prevenir quedas dos pacientes.  A seguir, listaremos as principais medidas recomendadas:

  • utilização de pisos antiderrapantes;
  • iluminação adequada;
  • corredores com corrimão e livre de obstáculos
  • educação dos pacientes e familiares quanto aos riscos
  • utilizar as escalas de avaliação diária do risco de quedas dos pacientes
  • utilização de dispositivos de auxílio de deambulação como muletas, cadeiras de roda
  • alocar pacientes com alto risco de queda próximo ao posto de Enfermagem
  • entre outros.

Escala de Morse, Enfermagem e indicadores de queda

Através da aplicação de um protocolo de prevenção de quedas e da utilização de instrumentos como a escala de Morse, é possível construirmos indicadores assistenciais nesta temática.

Segundo consta na série da Anvisa Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática temos que o “índice de quedas faz parte dos chamados indicadores de segurança do paciente, representativos das estruturas e dos processos assistenciais, sendo fundamental seu acompanhamento para identificar aspectos relevantes das causas de quedas nas instituições” (ANVISA, 2017, p.71).

A queda representa um evento adverso relacionado à assistência, devendo o mesmo ser notificado, atentando aos seguintes itens de caracterização:

  • tipo de queda (tropeçar, escorregar, desmaio, perda do equilíbrio)
  • local de ocorrência
  • queda envolvendo: berço, cama, cadeira, maca, banheiro, equipamento terapêutico ou diagnóstico, escadas e degraus, etc
  • turno
  • presença de acompanhante

Quais os indicadores de queda?

Os indicadores de queda mais utilizados são:

  • Número de quedas com dano por setor e geral
  • Número de quedas sem dano por setor e geral
  • Número de pacientes com alto risco de queda avaliados no período/por setor/geral
  • Índice de quedas total

Referências: Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática – Anvisa (2017) e Protocolo de Prevenção de Quedas – Ministério da Saúde (2013).

Ver Comentários

  • Parabéns pela matéria! Muito didática e objetiva!!! Excelente abordagem! Um abraço, Rafaella!

Publicado por
Rafaella Rebello

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