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Vigilância em Saúde: Acidentes com animais peçonhentos

Acidentes com animal peçonhento

O que são Animais peçonhentos

Estes animais são aqueles que produzem/modificam venenos e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa/predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes são espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de lepidópteros (mariposas), de himenópteros (abelhas, formigas e vespas), de coleópteros (besouros), de quilópodes (lacraias), de cnidários (águas-vivas e caravelas), entre outros.

 

Acidentes com Ofídicos

Caracteriza-se por envenenamento causado pela inoculação de toxinas pelas presas de serpentes. Os principais eventos são divididos nas seguintes classes:

  • Botrópico – serpentes dos gêneros Bothrops e Bothrocophias (jararaca, jararacuçu, cruzeira, por exemplo), sendo o de maior importância e distribuição.
  • Crotálico – serpentes do gênero Crotalus (cascavel).
  • Laquético – provocado por serpentes do gênero Lachesis (surucucu-pico-de-jaca, surucucu-de-fogo, surucutinga).
  • Elapídico – causado por serpentes dos gêneros Micrurus (coral verdadeira) e Leptomicrurus.

O tratamento, segundo o guia de Vigilância em Saúde, é feito com a aplicação do antiveneno (soro) específico para cada tipo de acidente, de acordo com a gravidade do envenenamento.

 

Acidentes com aranhas

O araneísmo é o envenenamento causado pela inoculação de toxinas, via quelíceras de aranhas. Os principais eventos são divididos nas seguintes classes:

  • Loxosceles (aranha-marrom): podem atingir 1cm de corpo e até 4 cm de envergadura de pernas. Constroem teias irregulares em fendas, sob cascas de árvores, telhas e tijolos, atrás de quadros e móveis, geralmente ao abrigo da luz.
  • Phoneutria (aranha-armadeira, aranha-macaca, aranha-da-banana): atingem 3 a 4 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas. Não constroem teia geométrica e são de hábitos noturnos. Os acidentes ocorrem dentro das residências, ao se calçar sapatos ou manusear materiais de construção, entulhos.
  • Lactrodectus (viúva negra): constroem teias irregulares entre vegetações, podendo apresentar hábitos domiciliares e peridomiciliares. As fêmeas, que apresentam
    corpo de 1 cm de comprimento e até 3 cm de envergadura de pernas, são causadoras de acidentes.

 

 Acidentes com escorpiões

O escorpionismo é o envenenamento causado pela inoculação de toxinas, por intermédio  do ferrão de escorpiões, encontrados em áreas secas, biotas úmidos, áreas costeiras e regiões urbanas. No domicílio, podem se esconder em armários, calçados ou sob peças de roupas deixadas no chão. O hábito dos escorpiões são noturnos, sendo as principais especies do gênero Tityus:

  • T. serrulatus (escorpião-amarelo);
  • T. bahiensis (escorpião-marrom);
  • T. stigmurus (escorpião-amarelo do Nordeste);
  • T. obscurus (escorpião-preto da Amazônia).

É importante ressaltar que tempo entre o acidente com o escorpião e o início de manifestações sistêmicas graves é relativamente mais curto do que nos acidentes ofídicos.

 

Acidentes com Lagartas

Ocorre o envenenamento pela penetração de cerdas de lagartas (larvas de lepidópteros) na pele,com a inoculação de toxinas que podem determinar alterações locais e manifestações sistêmicas. As principais famílias são a Megalopygidae (lagartas cabeludas) e a Saturniidae ( destaque para gênero Lonomia que é único, até o momento, responsável por manifestações sistêmicas caracterizadas por quadros hemorrágicos).

 

Notificação e Investigação de acidentes com animais peçonhentos

Para fins de notificação, os casos confirmados são os pacientes com evidências clínicas de envenenamento, específicas para cada tipo de animal, independentemente do animal causador do acidente ter sido identificado ou não.

Na ficha de investigação, os dados necessários que devem ser levantados incluem o tempo decorrido da picada até o atendimento, o local da picada, manifestações locais e sistêmicas, tempo de coagulação, tipo de acidente (serpente, aranha, escorpião, abelha, lagarta, outros…) e sua classificação, necessidade de soroterapia e quantidade de soros, evolução do caso, entre outras informações complementares.

 

Manifestações clínicas, classificação e soroterapia

Segue abaixo um resumo contido na ficha de investigação do SINAN:

Animais peçonhentos notificação

Referências: Ministério da Saúde – Guia de Vigilância em Saúde 2017.

1 comentário em “Vigilância em Saúde: Acidentes com animais peçonhentos”

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