Segundo o Guia de Vigilância Epidemiológica, a doença é causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), transmitido por mosquitos Aedes, que cursa com enfermidade febril aguda, subaguda ou crônica. A enfermidade aguda caracteriza-se, por início súbito de febre alta, cefaleia, mialgias e dor articular intensa.
Em uma pequena porcentagem dos casos a artralgia se torna crônica. O período de incubação intrínseco acontece, em média, de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias), e o extrínseco dura, em média, 10 dias.
As manifestações clínicas diferem conforme a fase da doença. A fase aguda ou febril é caracterizada por febre súbita e surgimento de intensa poliartralgia, geralmente acompanhada de dores nas costas, rash cutâneo, cefaleia e fadiga, com duração média de 7 dias. A febre pode ser contínua, intermitente ou bifásica, e possui curta duração.
A poliartralgia tem sido descrita em mais de 90% dos pacientes com chikungunya na fase aguda. A dor é poliarticular, bilateral e simétrica, embora possa haver assimetria. Pode haver edema associado à tenossinovite. Em relação às gestantes, a infecção no período gestacional não modifica o curso da gravidez.
Mães acometidas por chikungunya no período perinatal podem transmitir o vírus aos recém-nascidos no momento do parto. Ao que tudo indica, a cesariana não altera o risco da transmissão e o vírus não é transmitido pelo aleitamento materno.
Até o momento, não há tratamento antiviral específico para a febre de chikungunya. A terapia utilizada é analgesia e de suporte às descompensações clínicas causadas pela doença.
Para fins de notificação e vigilância epidemiológica, casos suspeito incluem pacientes com febre de início súbito maior que 38,5ºC e artralgia ou artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até 2 semanas antes do início dos sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com caso importado confirmado.
As amostras negativas para chikungunya devem ser testadas para dengue. Se negativas, as mesmas amostras devem ser testadas para Zika.
Segundo o Guia de Vigilância Epidemiológica, a doença é causada pelo vírus Zika (ZIKV), transmitida por mosquitos Aedes. Existem outras formas de transmissão documentadas: sexual, transfusão sanguínea e vertical. A enfermidade aguda se caracteriza por manifestações clínicas brandas e autolimitadas; muitas vezes, o sintoma que ocasiona a busca pelo serviço de saúde é o exantema pruriginoso. Os casos de síndrome congênita são graves, assim como a presença de manifestações neurológicas.
O período de incubação intrínseco do Zika seja de 2 a 7 dias, em média, e o período de incubação extrínseco seja semelhante ao de dengue, variando de 8 a 12 dias. Até o momento, são conhecidas e descritas duas linhagens do vírus Zika, uma africana e outra asiática.
É importante ressaltar que a epidemia de Zika afetou gravemente o Nordeste do Brasil, onde especialistas observaram associação de malformações congênitas, que até então não haviam sido descritas em outros países onde houve surto da doença. Frente a estes casos, o Ministério da Saúde publicou em 2015 um Protocolo de vigilância e respostas à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika.
Pode ser assintomática ou apresentar-se como um quadro clínico variável, com manifestações brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas. Em geral a doença é autolimitada, durando de 4 a 7 dias, podendo estar acompanhada de: exantema maculopapular, febre, artralgia, conjuntivite não purulenta, cefaleia, mialgia e prurido.
Foram descritos ainda casos de síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas. Gestantes infectadas, mesmo as assintomáticas, podem transmitir o vírus ao feto, o que pode resultar em aborto espontâneo, óbito fetal ou anomalias congênitas. Em relação ao tratamento, até o momento, existem poucos guias clínicos específicos para o manejo dos casos de Zika. Basicamente, aplicam-se medidas de alívio dos sintomas.
Para fins de notificação e vigilância epidemiológica, casos suspeito incluem pacientes que apresentem exantema maculopapular pruriginoso acompanhado de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas:
Todos os indivíduos não previamente expostos ao vírus chikungunya e ao vírus Zika (suscetíveis) têm risco de adquirir infecção e manifestar a doença. A imunidade desenvolvida para chikungunya é duradoura e protetora contra novas infecções. A Sociedade Brasileira de Infectologia ressalta que até o momento, não se conhece o tempo de duração da imunidade conferida pela infecção natural do vírus Zika.
Referências: Guia de Vigilância Epidemiológica 2017 (volume único)
Enfermeira, Mestre em Educação e Docente de Enfermagem. Possui especialização em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Hospitalar e experiência nos temas: CCIH, Gestão da Qualidade, Epidemiologia, Educação Permanente em Saúde e Segurança do Paciente.
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