Atenção à Saúde da criança
Os principais conteúdos abordados refere-se à publicação do Ministério da Saúde – Cadernos de Atenção Básica – Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento.
Neste documento são mencionados avaliações e orientações quando a visita domiciliar para a família do recém-nascido, primeira consulta, anamnese, exame físico, aconselhamento e consultas subsequentes, solicitação de exames, imunizações, monitorização do crescimento, acompanhamento e desenvolvimento, alimentação saudável, saúde bucal, entre outras prerrogativas.
Visita pela equipe de saúde
As visitas domiciliares são recomendadas na 1ª semana pós-parto, sendo esta uma atribuição não apenas do agente comunitário, podendo a primeira consulta do RN e da puérpera ocorrer em domicílio, conduzida pelo médico e/ou enfermeiro.
Nesta visita é importante avaliar:
- as condições do nascimento (tipo de parto, local, peso ao nascer, idade gestacional, Apgar, intercorrências na gestação, no parto, no período neonatal);
- os antecedentes familiares (condições de saúde dos pais e irmãos, nº de gestações anteriores, nº de irmãos), entre outros.
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário.
Consultas na Atenção Básica
As consultas na Atenção Básica incluem o acolhimento da família, anamnese, exame físico, avaliações de peso, comprimento, perímetro cefálico, desenvolvimento social e psicoafetivo, estado geral, face, pele (cianose, icterícia, etc), crânio (fontanelas), pescoço, tórax, abdômen, genitália, ânus e reto, sistema osteomuscular, avaliação neurológica (reflexos arcaicos: sucção, preensão palmo-plantar e Moro).
Vale ressaltar o preenchimento e acompanhamento da Caderneta de Saúde da Criança pelo profissional, a qual utiliza parâmetros para avaliação do crescimento de crianças através de gráficos, além de conter outras informações como o calendário vacinal.
Atribuições do Enfermeiro na Saúde da Criança
Segundo o Caderno de Atenção Básica da Saúde da Criança, são atribuições do profissional Enfermeiro:
- Realizar consultas de puericultura conforme o preconizado neste Caderno;
- Realizar a aferição da pressão arterial dos escolares conforme preconizado e encaminhar o resultado ao médico da equipe quando o exame estiver alterado;
- Monitorar, notificar e orientar escolares, pais e professores diante de efeitos vacinais adversos;
- Realizar a aferição dos dados antropométricos de peso e altura e avaliar o IMC das crianças;
- Exercer as atribuições que lhe são conferidas pela PNAB
Resumo da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 1.130, de 5 de agosto 2015 instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no Sistema Único de Saúde, que tem como objetivos promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante a atenção e cuidados integrais e integrados da gestação aos 9 anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade.
Nesta Política, considera-se criança a pessoa na faixa etária de 0 a 9 anos e a primeira infância como a pessoa na faixa etária de 0 a 5 anos. A Portaria define diretrizes e a estruturação de sete eixos estratégicos de ações e serviços de saúde da criança.
O que é o Programa Saúde na Escola
Este Programa foi instituído através do Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, que possui os seguintes objetivos:
- promover a saúde e cultura da paz, reforçando a prevenção de agravos e fortalecer a relação entre as redes públicas de saúde e educação;
- articular as ações do SUS às ações das redes de educação básica pública;
- contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos;
- contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos;
- fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar;
- promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; e
- fortalecer a participação comunitária nas políticas de educação básica e saúde, nos três níveis de governo.
De acordo com o decreto, as equipes de saúde da família realizarão visitas periódicas e permanentes às escolas participantes do PSE para avaliar as condições de saúde dos educandos, bem como para proporcionar o atendimento à saúde ao longo do ano letivo, de acordo com as necessidades locais de saúde identificadas.
Referências: Cadernos de Atenção Básica – Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento; Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007 e Portaria nº 1.130, de 5 de agosto 2015
Enfermeira, Mestre em Educação e Docente de Enfermagem. Possui especialização em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Hospitalar e experiência nos temas: CCIH, Gestão da Qualidade, Epidemiologia, Educação Permanente em Saúde e Segurança do Paciente.