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Diretrizes sobre vacinas

Programa Nacional de Imunização

Conceitos sobre vacina

Para o entendimento das vacinas, é necessário relembrar conceitos importantes sobre imunologia como por exemplo a constituição da imunidade inespecífica (natural e inata) e específica (adquirida ou adaptativa). Esta última pode ser adquirida de modo:

  • Ativo: estimulação de resposta com produção de anticorpo, ocorrendo de forma natural quando adquirimos uma infecção ou quando há estimulação de modo artificial através da administração de vacinas.
  • Passivo: é uma imunidade transitória, conferindo anticorpos prontos sem indução a uma memória celular, como a passagem de anticorpos pela amamentação (natural) e a administração de soros e imunoglobulinas (artificial).

As vacinas podem ser de produto viral ou bacteriano, sendo classificadas em vivas, atenuadas, recombinantes, inativas, entre outros. As vacinas inativadas necessitam de mais de uma dose para garantir uma proteção eficaz e as vacinas virais atenuadas normalmente necessitam de apenas de uma dose. Já as vacinas virais atenuadas não devem ser administradas simultaneamente, sendo recomendado um intervalo de 30 dias.

 

O que é o Programa Nacional de Imunizações

O Brasil em meados de 1940 e 1970 enfrentou surtos de varíola e poliomielite, culminando na adoção de várias medidas para erradicação destas doenças, como a vacinação em massa e a vigilância rigorosa destes agravos.

Neste contexto, em 1973 criou-se o Programa Nacional de Imunizações através da lei 6259 de outubro de 1975, a qual dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica e sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelecendo normas relativas à notificação compulsória de doenças e outras providências.

A descentralização é uma característica deste programa, conferindo responsabilidades para cada esfera do governo.

 

Estratégias de Vacinação – Dia Nacional de Vacinação

Na década de 1980, deu-se início a estratégia do “Dia Nacional da Vacinação” com o intuito de otimizar a adesão das ações vacinais. Neste contexto, temos como estratégias básicas as vacinações de rotinas (de acordo com o calendário nacional de vacinação para adultos, idosos, crianças e gestantes), as campanhas (ações pontuais com finalidades determinadas) e as vacinações de bloqueio (em casos epidemiológicos como surtos). É importante destacar que há a vacinação de grupos específicos como a população indígena e a vacinação de viajantes (devem ser vacinados com intervalo mínimo de 30 dias antes da viagem).

 

O que são os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais

Estes centros de referências (CRIE) foram criados para facilitar o acesso da população, em especial dos portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida e de outras condições especiais de morbidade ou exposição a situações de risco, aos imunobiológicos especiais para prevenção das doenças, conforme consta nas diretrizes de seu funcionamento na Portaria nº 48, de 28 de julho de 2004.

 

Recomendações para organização e gerenciamento das vacinas

Temperatura

Considerando a característica de termo sensibilidade dos imunobiológicos e sua eficácia, deve-se instituir boas práticas na conservação, transporte, manipulação e gerenciamento dos mesmos. Sendo assim, temos a rede de frio, uma estrutura técnico administrativa visando a manutenção da cadeia de frio.

Nas centrais nacionais e estaduais onde inicialmente ficam os insumos, há câmaras frigoríficas para conservação dos imunobiológicos a -20ºC. Já na sala de vacinas nas unidades, o armazenamento deve ser entre 2º e 8ºC (ideal 5ºC) e a câmara refrigerada deve conter termômetro do momento com leitura de máxima e mínima. A temperatura deve ser constantemente monitorada, com controle pelo menos 2 vezes ao dia.

 

Câmara refrigerada para vacinas

Deve ser de uso exclusivo para os imunobiológicos e não deve ser utilizado frigobares. A higienização deve ser realizada a cada 15 dias. É importante ressaltar que não deve ser armazenado nada na porta e certificar sempre se a mesma está vedando adequadamente. As bobinas reutilizáveis devem ser mantidas no congelador e retiradas alguns minutos antes de serem colocadas nas caixas térmicas para evitar o congelamento da vacina.

 

Como organizar uma Sala de vacina

Recomenda-se o uso de caixa térmica de poliuretano com capacidade mínima de 12 litros, câmara refrigerada, caixa de pérfuro cortante além de outros insumos citados no Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação.

O vacinador deve acompanhar relatório de faltosos e junto a equipe de saúde acompanhar a cobertura vacinal Em relação à limpeza, o chão não deve ser varrido, pois há risco de suspensão de partículas e sujidades, devendo então utilizar apenas pano úmido e desinfetante.

 

Calendário de vacinação atualizado – 2017/2018

Basicamente as mudanças no calendário de vacinação nacional inclui a ampliação de faixa etária de determinadas vacinas: hepatite A, varicela, HPV (meninos e meninas), meningite C (adolescentes), dTpa (gestantes devem receber a partir da 20ª semana), tríplice viral no adulto, febre amarela. É importante consultar o calendário do seu Estado, pois ele também é baseado no calendário nacional e na situação epidemiológica, no risco e nas especificidades sociais e regionais.

BAIXAR CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO 2018 (Santa Catarina)

 

Referências:

Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação – Ministério da Saúde.

Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina

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