Segundo o Guia de Vigilância em Saúde, a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, cujo agente é transmitido por artrópodes, e que possui 2 ciclos epidemiológicos de transmissão distintos: silvestre e urbano. O vírus é um arbovírus do gênero Flavivirus. Não há transmissão de pessoa a pessoa.
No ciclo silvestre, os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. O homem participa como um hospedeiro acidental.
Os transmissores são mosquitos com hábitos silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica. A transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
Fonte: Ministério da Saúde: Guia de Vigilância em Saúde (2017)
Varia de 3 a 6 dias, podendo estender até 15 dias. A viremia humana dura, no máximo, 7 dias, e vai de 24-48h antes do aparecimento dos sintomas até 3 a 5 dias após o início da doença, período em que o homem pode infectar os mosquitos transmissores.
O quadro clínico típico caracteriza-se por insuficiência hepática e renal, com um período inicial prodrômico (infecção) e um toxêmico,que surge após uma aparente remissão:
É sintomático, com assistência ao paciente que sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em UTI, para reduzir as complicações e o risco de óbito.
O ciclo silvestre é endêmico nas regiões tropicais da África e Américas. Em geral, apresenta-se sob a forma de surtos com intervalos de tempo que variam 3 a 7 anos, alternados por períodos com menor nº de casos.
Considerando a irregularidade no tempo entre os intervalos, não é possível afirmar que apresenta um aspecto cíclico. A febre amarela que se registra até o momento no Brasil é a silvestre, com vírus presente em regiões de mata nativa.
A vigilância de epizootias de primatas não humanos (macacos) é também um eixo da vigilância que visa à detecção oportuna da circulação viral. A notificação da morte de macacos deve servir como evento de alerta do risco de transmissão silvestre da febre amarela.
Lembrando que a doença é de notificação compulsória e imediata.
Definição de caso suspeito: Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), início súbito, acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente em (ou procedente de) área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootia confirmada em primatas não humanos ou isolamento de vírus em mosquitos vetores, nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado.
A vacina é constituída de um vírus vivo atenuado, com administração subcutânea, dose de 0,5ml. A vacina reconstituída deve ser mantida em temperatura de 2°C a 8°C e o prazo de validade após reconstituição é de 6 horas.
A recomendação para vacinação inclui residentes ou viajantes (aplicação com pelomenos 10 dias antes) para as áreas com recomendação de vacinação.
É importante destacar que as áreas com recomendação da vacina (ACRV) são determinadas pelo Ministério da Saúde e mudam periodicamente, de acordo com o resultado de estudos de vigilância em primatas não humanos e com a ocorrência de surtos.
Entre fevereiro e março deste ano, 76 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia irão realizar campanha de vacinação com doses fracionadas e padrão contra a febre amarela.
Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia de fracionamento da vacina é recomendada pela Organização Mundial da Saúde quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente.
A diferença da vacinação está na dosagem e no tempo de proteção. Na dose padrão será aplicado 0,5 ml da vacina, enquanto da dose fracionada será aplicado 0,1 ml. O tempo de proteção da dose padrão é para toda a vida, já com a dose fracionada ela tem duração de pelo menos 8 anos.
Referências: Ministério da Saúde- Febre amarela: guia para profissionais de saúde (2018) e Guia de Vigilância em Saúde Volume único (2017)
Enfermeira, Mestre em Educação e Docente de Enfermagem. Possui especialização em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Hospitalar e experiência nos temas: CCIH, Gestão da Qualidade, Epidemiologia, Educação Permanente em Saúde e Segurança do Paciente.
O registro da nova vacina para bronquiolite no Brasil foi divulgada esta semana, atuando na…
Aqui no nosso portal, oferecemos os conteúdos essenciais para sua preparação para o concurso da…
O presidente sancionou a a Lei nº 14.737, que altera a Lei nº 8.080, de 19 de…
Foi divulgado esta semana uma novidade: a inclusão da doença falciforme na lista nacional de…
Sanitarista: conheça mais sobre a profissão, recém regulamentado no Brasil: formação, função e campo de…
Veja informações sobre a dengue no Brasil e conheça as vacinas aprovadas, incluindo a QDENGA®…