Adesão à higiene de mãos
A adesão à higiene de mãos é um assunto desafiador nos serviços de saúde e está em pauta em qualquer abordagem dos profissionais que atuam na Comissão ou no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar -CCIH/SCIH. Sabemos que esta prática é muitas vezes negligenciada e a baixa taxa de adesão à higiene de mãos traz consigo riscos em relação à transmissão de microrganismos e à biossegurança.
A higienização das mãos deve estar pautada nos cinco momentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde, enfatizando o papel do profissional da saúde na cadeia de transmissão, na segurança do paciente e no uso das precauções padrão e específica.
Em vários estudos e observações, são possíveis verificar algumas das causas trazidas pelos profissionais de saúde no que confere à adesão à higiene de mãos:
- Falta de tempo;
- Recursos físicos e insumos inadequados;
- Falta de exemplo ou/e cobrança da equipe;
- Poucos treinamentos
- Entre outros.
Taxa de adesão à higiene de mãos: como melhorar?
Para melhoria da taxa de adesão à higiene de mãos, devemos avaliar cada setor especificamente e verificar as causas que podem ser trabalhadas, sempre em conjunto com os profissionais de saúde e a liderança. É importante ressaltar que uma das regras de ouro para êxito é a realização da higiene de mãos no ponto de assistência com produtos de fácil acesso.
Outras medidas generalistas incluem:
- Avaliar o processo de trabalho de cada área, identificando as principais situações de risco na assistência que requerem intervenção prioritária;
- Trabalhar em parceria com a educação continuada a sensibilização de conceitos como risco de contaminação, cadeia epidemiológica, transmissibilidade;
- Trabalhar em parceria com a Segurança do Trabalho a sensibilização de conceitos como biossegurança, precauções, uso adequado das luvas;
- Avaliar a atribuição de cada profissional do setor e revê-las se for o caso junto à liderança e chefia;
- Realizar o dimensionamento de pessoal adequado para evitar sobrecarga de trabalho, reforçando assim o tempo para realizar a higiene de mãos adequadamente;
- Realizar educação continuada/permanente com as equipes;
- Identificar e definir pessoas estratégicas em cada área ou setor para incluí-las como incentivadores à adesão à higiene de mãos;
- Disponibilizar bons produtos em quantidade suficiente para a prática da higiene de mãos nos pontos de assistência;
- Trabalhar com campanhas e informativos atrativos;
- Reforçar a implementação da rotina da higiene de mãos e envolver todas as áreas de apoio do serviço de saúde.
Enfermeira, Mestre em Educação e Docente de Enfermagem. Possui especialização em Gestão em Saúde e Controle de Infecção Hospitalar e experiência nos temas: CCIH, Gestão da Qualidade, Epidemiologia, Educação Permanente em Saúde e Segurança do Paciente.